Chover e uma bênção, pois
diminui a poluição do ar, irriga a terra para o plantio nas regiões rurais. Porém,
quando se transformam áreas portuárias e marítimas em locais aterrados com
pedras, cimento e asfalto, com pouca ou nenhuma arborização constrói-se um
prato cheio para desastres naturais.
Alie-se a isso bueiros entupidos,
galerias sem constante manutenção, rios assoreados, transformando-se em valões,
eis a receita para catástrofes naturais decorrentes das chuvas. Assim, as águas
de março, mais uma vez trouxeram graves problemas para os estados da região
sudeste. No Espírito Santo pelo menos 20 pessoas morreram em decorrência das chuvas intermitentes e torrenciais nete período de março.
|
Foto Google |
No Estado do Rio de Janeiro pelo
menos oito pessoas morreram e entre os municípios mais atingidos estão
Petrópolis, Muriaé, Campo dos Goitacazes, Vilar dos Teles, Nova Iguaçu, Niterói
e São Gonçalo. Além da capital carioca.
A cidade de São Gonçalo, por
exemplo, tem bairros nascidos do aterramento antigos portos e do rio Bomba, que
corta o município; em algumas áreas transformou-se em valão e vilão a céu
aberto. Esse valão transborda quando chove com grande intensidade e suas águas
sujas invadem ruas, quintais residenciais, casas comerciais.
Ruas se transformam em mar,
impedindo o tráfego de carros, ônibus e caminhões. Afinal, estes não são
barcos; então, seus motores paralisam, quando, num momento insano, motoristas
quase camicases tentam vencer a correnteza, sem sucesso.
Há soluções? Algumas, talvez
como paliativos: limpeza de bueiros e galerias, arborização de bairros mais
afetados, tornar o solo menos impermeável, substituindo parte do asfalto por
grandes pedras, o que permitiria à terra absorver boa parte da água pluvial. Construir piscinas
subterrâneas é outra possível medida, favorecendo a vazão das enxurradas.
No entanto, é necessária
vontade política para criar, aprovar e colocar em prática projetos os quais
empregariam verba pública, mas também lisura no processo de execução e até
colaboração empresarial privada, beneficiando todos os envolvidos inclusive o elo
mais atingido: a população! Quiçá a realidade atual se modifique positivamente
e esta seja meta a ser alcançada por governantes e governados.
Regina da Luz Vieira (RegiLuzVieira)